Sunday, September 9, 2007

Pontes entre nós

Quantos amigos mantemos uma vida inteira?

O Jerry Seinfeld escrevia no livro dele, que tem tanto de comédia como de filosofia, que ao longo da vida vamos fazendo cada vez menos amigos. Na verdade ele comparava a nossa vida a uma empresa que vai aceitando pessoas para lugares vagos mas que chegados a uma certa idade os lugares acabam por ficar todos ocupados. Quando andamos no infantário ou na primária a empresa é jovem e aceita qualquer um por quem nutra simpatia: "Queres ser meu amigo?"; "Sim!" e nasce uma amizade. Acho que à medida que crescemos sente-se nas pessoas uma maior dificuldade a entregar-se a uma nova amizade. Talvez porque os lugares estão ocupados, talvez pela perda de uma certa inocência. A verdade é que não gosto disso.

Nesta fase da minha vida, em que estou a sair da faculdade, distingo três grandes grupos de amigos: o colégio, para onde entrei aos 5 anos, o campo de férias, onde cresci como participante e monitor, e o técnico, onde fiz amigos que, por tudo o que passámos juntos, vão ficar para sempre. Fora destes grupos distinguem-se apenas duas pessoas: um amigo de infância que vivia perto de mim e a minha namorada. Perdoem-me as outras pessoas mas falo aqui de amigos que posso ligar aflito às horas que me apetecer. Obviamente falta somar a família mas esses são óbvios.

O que assusta é o possível fim de uma destas amizades. E se posso compreender que muitas vezes as pessoas se afastem porque a vida de cada um nos torna demasiado ocupados, não consigo compreender aquele fim sem motivo aparente, porque um dia as pessoas apenas deixaram de responder às mensagens. É que tenho grandes amigos com quem posso não falar frequentemente mas sei que se lhes ligar agora conversarei como se não tivesse havido qualquer tempo de separação.

Para aqueles que estão comigo hoje espero sinceramente, como escreve o Pedro Abrunhosa, "Que nunca caiam as pontes entre nós".

Low Rider

2 comments:

A.T. Pereira said...

Existem comentários para fazer. Coisas acertadas e terrivelmente inteligentes para serem escritas. Mas hoje estou stressada demais, quase a ter um piripaque, e por isso acho melhor deixar para depois...

A.T. Pereira said...

By the way, o teu blog faz um bom intervalo de revisões.