Friday, February 29, 2008

Futuro

Morph is a concept demonstrating some of the possibilities nanotechnologies might enable in future communication devices. Morph can sense its environment, is energy harvesting and self cleaning .
Morph is a flexible two-piece device that can adapt its shape to different use modes. Nanotechnology enables to have adaptive materials yet rigid forms on demand.
It is also featured in the MoMA online exhibition "Design and the Elastic Mind". It has been a collaboration project of Nokia Research Center and Cambridge Nanoscience Center.

Hoje

Para todos aqueles que comemoram uma data importante hoje, em especial para quem festeja hoje o seu aniversário, vai daqui o meu mais sincero abraço de solidariedade! Juntem-se, protestem, vocês merecem mais do que o dia seguinte a 28 de Fevereiro!


Low Rider

4 em 1

Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Ricardo Reis

Poema

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).

Álvaro de Campos


Hoje de manhã saí muito cedo

Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...

Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.

Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.

Alberto Caeiro

Quando é que o cativeiro

Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?

Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?

Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?

Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.

Fernando Pessoa

Wednesday, February 27, 2008

Educação

Escrevi este post no meu velhinho blog faz em Maio 4 anos. É assustador ver como as coisas estão iguais, bastaria mudar as personagens políticas e poderia ter sido escrito hoje. E quem diz quatro anos poderia dizer muito mais, se olharmos para as notícias relacionadas com o tema educação de hoje ou dos últimos 15 anos, pelo menos, mudam os actores e o guião é o mesmo.


Aqui fica o que eu escrevi na altura:

O meu vizinho veio-me pedir, aqui há uns dias, um livro de ciências do 8º ano. Lá fui buscar o do meu irmão (que anda dois anos à frente dele! Porque o meu nem pensar, o rapaz ainda acabava a estudar o sistema digestivo antes da descoberta do fígado!). Ele abriu o livro e disse: "isto não é o que eu dou:(". O programa tinha mudado. Não é disso que vos quero falar, é normal o programa ser alterado, o Mundo gira! Recordo-me bem de ter perguntado ao meu professor de História do 9º: "Não damos a Guerra do Golfo? Devíamos..."!!!

A questão que a frase do meu vizinho me fez recordar, e sobre a qual tanto se escreve e fala, foram as permanentes reformas escolares. Ainda no outro dia o Presidente da República referia que "os governos devem ser mais céleres a aplicar as suas reformas governativas na área da educação". De facto, o que se passa é que os governos são tão lentos a aplicar o seu projecto que quando as coisas começam a dar sinais de estarem efectivamente a funcionar estamos na altura da eleições e novo governo é formado. E assim a educação no nosso país não evoluí. Eu, talvez ingenuamente, pediria mais que o Dr.Jorge Sampaio. Não seria possível delinear um rumo comum? Desta forma a evolução (tão necessária!) seria muito menos dependente das ideias do partido no poder! Como conseguir "manter o barco no rumo" seria a questão a pensar... Criar uma espécie de grupo de trabalho composto por pessoas dos vários partidos com presença no parlamento, criar leis mais rígidas quanto ao poder do governo sofre as reformas... São ideias por onde se poderia começar a debater!

LowRider

Medo

Poema Pouco Original do Medo

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
ótimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
a ratos

Alexandre O'Neil

Já escolhi!

Thursday, February 21, 2008

Há com cada ideia!

"Tabaco: associação nacional discorda de ideia de transformar discotecas em associações recreativas", in Publico

Assim as discotecas do Grupo K (Kapital, Klube, sKones, Kremlin, Kasablanca, Konvento, etc...) passariam a ser associações reKreativas!

É preciso imaginação!!

Low Rider

Wednesday, February 20, 2008

É urgente

Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

Eugénio de Andrade

Tuesday, February 19, 2008

Será...

...o principio de uma mudança?

Fidel renuncia à Presidência, in Publico.


Espero que sim.

Low Rider

Saturday, February 16, 2008

Cloverfiled

Um tiro completamente ao lado do que eu estava à espera. Muito basicamente o filme conta a história de um grupo de amigos que estava a fazer uma festa de despedida de um deles, que ia viajar para o Japão, e durante essa festa Manhattan é atacada pelo que mais tarde perceberão ser um espécie de Godzilla. Um deles estava a fazer a "documentação" da festa, como ele dizia, e por isso gravou toda a sequência de acontecimentos: o início e a posterior demanda pelo salvamento de uma rapariga. Portanto o filme é todo ao estilo homemade.


Um tiro ao lado porquê? Porque de tudo o que li e do que me falaram pensei que o filme era na onda de um tema sobre o qual escrevi há tempos aqui no blog e que se prende com o constante tumulto em que vivem as pessoas em NY desde 2001. Afinal não... Afinal rapidamente se percebe que é "apenas" um bicho e esse terror desaparece sendo substituido pelo terror do desconhecido.

Resumindo, o que gostei no filme:
  • A parte técnica: está tudo bastante bem feito. O bicho, o filme homemade com cortes a meio, a queda da Brooklyn Bridge.
  • O facto de ser em NY. Conheço bastante bem a cidade e por isso foi fácil recriar o percurso deles: ponte de Brooklin Bridge, Spring Street, Columbus Circle onde estava o prédio com a amiga e onde nasceu recentemente um centro comercial que no filme servia de base ao exército e a ponte no Central Park. Para mim um filme que se quer real torna-se mais interessante quando nos conseguimos localizar.
O que não gostei no filme:
  • O bicho ter aparecido. Além de detestar filmes com bichos, acho que era bastante mais interessante nunca se saber o que tinha provocado o tumulto, jogando com o terror.
  • Pior que o bicho: os bichinhos aranhiços que ele deitava: horrível.
  • As personagens são bastante idiotas.
  • Tem algumas partes irreais, quase a roçar o Rambo III. Obviamente o bicho é irreal, mas estou a falar mais do género de "tenho um ferro enorme espetado no corpo e apesar de mo tirarem não me esvaí em sangue".
Concluindo, o filme dentro do seu género não é mau mas não é o meu género. Acho viveu muito do excelente trailer que nos deixava a pensar no que seria aquilo e da fama dos seus produtores.
Low Rider


Thursday, February 14, 2008

12 de Abril

Wednesday, February 13, 2008

Baú (II)

Isto passou-se numa cadeira minha no IST. Depois de um primeiro exame cujo único propósito era chumbar os alunos, o ilustre professor da cadeira teve a feliz ideia de nos enviar este documento. Um "grande" pedagogo este senhor! Para recordar:

COMO CHUMBAR NO 2º EXAME DE IRT
Conselhos sábios de um professor com muita experiência da vida a alguns alunos ainda à procura do seu posicionamento na mesma.
  1. Não tocar num livro ou outro elemento de consulta entre agora e o dia do exame. É o método mais eficaz e o que dá menos trabalho.
  2. Estudar só as transparências colocadas no site da cadeira. Tem resultados garantidos, mas dá mais trabalho que o anterior.
  3. Além de 2., estudar as resoluções dos problemas das aulas generosamente disponibilizadas pelos colegas dos anos anteriores, algumas das quais apresentou na aula respectiva enquanto ainda estavam frescas na memória mas entretanto esquecidas. Ainda dá mais trabalho que 2., mas garante resultados quase tão bons.
  4. Além de 3., estudar as resoluções do todos os problemas e questões dos últimos dez anos, mesmo daqueles anos em que a matéria era completamente diferente. Dá um bocado mais de trabalho que 3., com o problema de ser difícil encontrar colecções completas de resoluções. A sua eficácia é contudo aumentada(*) pela fixação do professor da cadeira em só tirar dúvidas sobre um problema depois de se assegurar que o aluno estudou e percebeu a matéria respectiva no livro. Para os problemas dos exames mais antigos consegue-se às vezes encontrar umas resoluções feitas por ex-colegas que já poderiam ser seus pais, e portanto dão uma certa sensação de segurança paternal. Estas resoluções ajudam um bocado aos objectivos, visto algumas delas estarem cheias de erros. Os resultados não são tão bons como os de 3., mas ainda se consegue chumbar com probabilidade de 75%.
  5. Estudar o livro, fazendo resumos para separar os 75% de palha dos 25% essenciais, assegurando-se que se percebe os conceitos, repetindo autonomamente as figuras e diagramas associados a conceitos e modos de operação, resolvendo autonomamente os problemas e questões de fim de capítulo e das aulas de problemas, interrogando-se acerca de alternativas às formas de implementar as funções dos sistemas estudados e estabelecendo as ligações possíveis entre cada tópico e os outros. É o método mais ineficaz, dando muitíssimo mais trabalho que todos os outros juntos e com resultados geralmente maus. Consegue-se colmatar esta desvantagem fazendo o esforço adicional, na altura do exame, de não escrever nada na folha respectiva. Representa um risco considerável, pois às vezes adquire-se formação significativa, o que é uma chatice porque se fica em situação menos desfavorável face à competição estrangeira na aldeia global, e arrisca-se a ficar registada na certidão de cadeiras uma nota elevada, o que traz claras desvantagens face aos outros colegas na altura de procurar emprego.

Lisboa, 7 de Julho de 2005

(*) Especialmente quando só se dá conta disso na aula de dúvidas imediatamente anterior ao exame.

[EDIT]
Resta acrescentar que este professor era um péssimo professor. Não mostrava dominar a matéria, não era minimamente disponível para os alunos e portanto, não obstante o sarcasmo que até tem piada e a razão que encontramos no texto, não estava no direito de dar lições destas. Há bons e maus professores. Os bons, entre outras coisas, merecem e têm o respeito dos alunos, as suas palavras são ouvidas de outra forma. Este queria ser respeitado apenas porque era a pessoa de pé na sala de aula.

Low Rider

Tuesday, February 12, 2008

Felicidade

Aqui há uns anos li um livro: Felicidade (Happiness) de Will Ferguson. Hoje lembrei-me dele. É uma sátira a todos os livros de auto-ajuda que se espalham pelas livrarias nos nossos dias. E se um livro desses funcionasse totalmente? Partindo desta ideia o autor constrói a sua história. Recomendo.

Mais aqui.

Low Rider

O pior discurso de sempre

Atenção: Apesar de falar de futebol este é um post de comédia!!

Foi hoje inaugurada uma exposição do Benfica no parlamento europeu. O discurso do Presidente do clube foi do pior que já ouvi. Não, não é por estar relacionado com o Benfica. Senão vejamos: para começar temos a pérola do Vice-Presidente que afirmou que “A primeira presidência portuguesa na Europa foi do Benfica”, numa alusão às duas Taças dos Clubes Campeões Europeus conquistadas pelo Benfica. Depois Luís Filipe Vieira resolveu dar exemplos da grande ligação e lugar do Benfica na Europa. O lugar do Benfica na história da Europa é indiscutível mas os exemplos arranjados foram ridículos. Espanta-me alguém ir ao parlamento europeu e dizer isto. Então, segundo o Presidente do Benfica, porque é que o Benfica é importante na Europa? Porque:
  • O Benfica foi campeão no ano da criação da CEE.
  • O Benfica foi campeão no ano da adesão de Portugal à CEE.
  • O Benfica foi campeão no ano da assinatura do Tratado da União Europeia (seja lá a que tratado é que ele se refere).
Fantástico, pior era impossível!

Low Rider

Sunday, February 10, 2008

Heroes

Acabei agora de ver a primeira season do Heroes. Quando a série estreou vi os primeiros quatro episódios e não fiquei nem perto de viciado, especialmente devido à pouca qualidade dos actores. Com a paragem das séries resolvi dar-lhe uma segunda oportunidade. Realmente, encontrei aquilo de que as pessoas me falavam e vinte episódios depois estou viciado e preso à história e aos personagens!


Achei curioso as semelhanças com um dos meus filmes preferidos, o Matrix. Encontramos um destino, encontramos a luta e ao mesmo tempo a procura do cumprimento ou não desse destino, encontramos o Bem e o Mal (claro!) , encontramos os crentes no mather what e os mais cépticos e, aquilo que achei mais curioso, encontramos uma motivação comum: o Amor. Não deixa de ser curioso que se dêem tantas voltas e no fim todo o motor da história acabe por ser algo tão simples. Na trilogia Matrix temos o amor do Neo pela Trinity, que faz dele um elemento tão menos linear na equação do Arquitecto. Aqui temos the ability to love unconditionally que Charles Deveaux encontra no Peter e que segundo ele é o que o leva a salvar o Mundo.

E ainda me restam onze episódios :)

Low Rider

Tuesday, February 5, 2008

Futebol

Gosto muito de futebol. O futebol para mim divide-se entre o Sporting (e nas grandes competições a selecção) e o resto. A divisão justifica-se porque quanto ao Sporting a relação nem sempre é racional. Gosto sempre de ver o Sporting jogar, mal ou bem, e de quinze em quinze dias lá estou em Alvalade com maior ou menor esperança. Independentemente das circunstâncias gosto de viver aqueles 90 minutos. Com o resto é diferente, não "como" qualquer coisa, escolho, sou selectivo, não me contento com pouco e por isso sempre me fascinaram as histórias de grandes jogadores que não vi jogar. Chamou-me o meu pai à atenção para um artigo do Luis Freitas Lobo que falava do Cristiano Ronaldo. Ele escrevia que tal como os nossos avós também a nossa geração um dia vai contar as histórias do Ronaldo com aquele brilho nos olhos de que nos falaram do Eusébio, por exemplo. Apesar dessas histórias sempre me fascinarem sempre achei que eram exageradas, percebo agora que não. É que quando vejo o Ronaldo jogar, pegue ele na bola onde pegar, ponho sempre a hipótese de que vai desatar a correr para a baliza e marcar golo. Se ele já o fez várias vezes porque também não o fez o Eusébio num futebol tão menos evoluído quanto o dos nossos dias? Como escrevia o autor do artigo, nós felizmente teremos vídeos para o provar.

O livre mais brilhante...


Uma compilação



Low Rider